quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A Casa Sem Pão.


Já lá diz o povo “Em casa em que não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”.

Aquando da candidatura do Sr. Godinho à presidência d’O Maior uma das maiores preocupações da massa adepta era se uma lista que se apoiava na força dos nomes que rodeavam um presidente de credibilidade desconhecida iria resistir quando começassem a surgir as primeiras contrariedades.

Foi sem surpresa para ninguém que quando a ração começou a escassear dentro do saco de gatos directivo o fraco nó que o atava não resistiu ao estrebuchar dos bichos e deu de si, deixando os felídeos darem à sola a grande velocidade. Saiu Freitas, saiu Duque, saiu PPC e por ai adiante uns atrás dos outros, ficou Godinho como lapa agarrada ao casco do navio que afunda.

Agora o momento que atravessamos é digno do argumento de alguma prequela do The Matrix, a máquina revolta-se contra o criador, o criador agarra-se com unhas e dentes à ilusão que ainda tem o comando mesmo sabendo que os dias estão contados. Nas palavras do Agente Smith “Hear that mister Anderson? That is the sound of inevitability”. A diferença é uma só, a locomotiva do Metro dessa película é substituída em Alvalade pelo restolho das VMOCS, dos Barrosos, dos Barbosas e dos incumprimentos monetários que se adivinham.

domingo, 2 de dezembro de 2012

O Tumulto e a Calmaria.

Não é segredo nenhum que o Sporting está no proverbial charco, aliás, chamar charco à Fossa das Marianas em que o Leão se meteu seria um eufemismo ao nível de um sketch dos Monty Python em que um braço decepado é apenas um arranhão.

Dizem as pessoas de sabedura que o problema do Sporting é ”o tumulto constante”. A isso eu respondo, há lá clube menos tumultuoso que o nosso? Se há clube calmo e constante é o de Alvalade. Exibições constantemente más, contas constantemente no negativo, pontos constantemente salvos por São Patrício, o assobio constante na boca do adepto… Carambas, nem a de Planck era tão constante (piadas de física, como eu vos amo).

Facilmente chegamos então a conclusão que o Sporting precisa mesmo é de tumulto, de um choque desfibrilhador que o tire do limbo, de um Pai Tirano que lhe de bom cachaço e o mande acordar para a vida que já não é nenhuma criança.

Será Godinho esse homem de bigode farfalhudo e mão pesada? Não me parece.

sábado, 24 de novembro de 2012

Apocalipse Segundo S. Patrício.















Já não sou um homem religioso há muito tempo, mas o Sporting de hoje em dia voltou a incutir-me o gosto pelo livro da palavra.

Uma parte em especial desse livro é relevante para o meu clube. São João (numa aventura que me põe na duvida se o homem não se terá perdido no mato e comido uns cogumelos manhosos) vê cavaleiros, anjos, trompetas, cordeiros e bichos com números na moleira.

Ora nós podemos não ter um S. João mas temos um São Patrício e esse também já ouve as trompetas, na Bíblia são só 7, em Alvalade todas as semanas são às 20 e 30 mil a bufar das bancadas.

Os cavaleiros do apocalipse Sportinguista também já rondam, a Fome (de títulos) já a sentimos há muito, a Pestilência do mau futebol cada vez mais infecta o leão e a Guerra que assola o nosso clube faz o cavaleiro vermelho sorrir de alegria. A Morte será o único que ainda cá não chegou, mas pelo andar da carruagem já lhe ouço os cascos na segunda circular.